Planos de linhas
Até 1700 os navios eram normalmente construídos por artesãos, que criavam a forma do casco conforme iam trabalhando. Os planos existiam apenas em suas mentes e vinham de pura experiência. Com o crescimento da frota maritima britânica em 1700, desenvolveu-se a técnica para registrar de forma precisa a forma e contorno dos cascos.
Um casco se trata de curvas em todas as dimensões, representado em planos através da apresentação de três vistas. As curvas são representadas por linhas imaginárias mostrando o que resultaria se um grande corte fosse feito na embarcação na posição horizontal ou vertical. A continuidade das curvas é alcançada fazendo estes cortes imaginários em intervalos regulares.
Se uma serra cortasse o navio de extremidade a extremidade verticalmente, e olhando os cortes de uma extremidade ou de cima, os cortes pareceriam linhas paralelas. A forma dos cortes poderia ser vista observando-os de lado, e são chamadas linhas de alto.
Se o casco fosse cortado de extremidade a extremidade, horizontalmente, seria fatiado em camadas com aparência paralela das extremidades e dos lados, mas cada fatia tomaria uma forma curva quando vistas de cima.
Se o casco for cortado de bordo a bordo em intervalos regulares verticais, os pedaços seriam como fatias de pão, e a forma dessas fatias, ou seções (forma apropriada de se falar) podem ser vistas da extremidade do casco. A posição de cada seção pode ser vista do topo e do lado. Esta vista da extremidade é chamada de plano de balizas. O plano de balizas é na verdade uma composição das vistas de metade de cada bordo do navio. Como o navio é simétrico, é necessário apenas mostrar um bordo para ilustrar as formas das seções. E como o navio afunila partindo do ponto de maior lagura (boca) tanto para proa como para a popa, uma vista das duas extremidades deve ser mostrada.
As linhas representam curvaturas e forma geral do casco, e são utilizadas para construção do casco.